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Servo de Deus 6g70l
Dom Frei Alain Marie Hubert Antoine Jean Roland du Noday, OP 6w4330
(DOM ALANO) 6k4q30
Aportuguesado para Dom Alano du Noday, nasceu em (Saint-Servant, França, 3 de novembro de 1899 e faleceu em Porto Nacional, em 14 de dezembro de 1985). Pertenceu a Ordem dos Pregadores (dominicanos), e foi por 40 anos o segundo bispo diocesano de Porto Nacional, à época, no norte do Estado do Goiás. 182m32
Jean, desde cedo, experimentou a dor da separação de seus familiares, que partiram prematuramente. O pai faleceu com 33 anos, vítima da tuberculose. A irmã Marthe, aos 14 anos, 10 anos após a morte do pai. O irmão Henri, depois de concluir brilhantes cursos, ingressou no exército, na arma da Infantaria e, por ocasião da Primeira Grande Guerra, em 1915, ao enfrentar uma missão perigosa para a qual ele mesmo se oferecera, foi morto no campo de batalha, com apenas 17 anos. O jovem Jean Hubert du Noday, de acordo com a pesquisa de Piagem e Sousa (2000), ao concluir com brilhantismo o curso de Filosofia em Paris, sentiu-se atraído pela vida militar, onde pelas suas virtudes humanas, cívicas e morais, pela sua coragem, retidão e con

duta irrepreensível, alcançou, em pouco tempo, os postos de Aspirante, Sub-Tenente e Tenente, sendo muito estimado na corporação, tanto pelos comandantes quanto elos comandados, recebendo várias condecorações militares e moções de elogio. Terminada a Grande Guerra, da qual participou ativamente, foi transferido para Artilharia da Argélia, em 1918 e, no ano seguinte, foi-lhe confiada a difícil missão de apaziguar uma insurreição violenta em Marrocos, na África, cumprindo a tarefa em pouco tempo e retornando à França como herói. Foi exatamente nesse momento áureo, em que o tenente conde tinha todas as condições para ser promovido às mais altas patentes da carreira militar e a invejáveis escalões sociais que Jean sentiu-se tocado por Notre Dame de La Garde (Nossa Senhora da Guarda), cuja grande e bela imagem implantada nas imediações do porto principal, domina eminentemente uma vasta circunvizinhança, a exemplo do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Na mesma ocasião, estando com a mãe em Marselha, atendendo a seu pedido para comungar e reconhecendo que não estava em condições, resolve confessar-se num confessionário ocupado por um frade dominicano. Após uma longa confissão, o Padre Etcheverry o aconselha a fazer um retiro no Convento Dominicano, onde foi muito bem acolhido e permaneceu por três dias.
Retornou então ao castelo da família, encontrando sua mãe em grave estado de saúde. Apesar disso, comunicou a seu primo, presente na ocasião, que estava a ponto de tomar uma gravíssima decisão: voltar a São Maximino e fazer um retiro que decidirá, em definitivo, o futuro de minha vida. De fato partiu, com o coração dilacerado por ter que deixar a mãe naquele estado, voltando algum tempo depois, já como noviço, encontrando a mãe nos momentos finais, porém ainda lúcida. Despediram-se e ela partiu confortada, não só pelos sacramentos da Igreja, mas também por deixar o filho entregue à mesma Igreja. O seu compromisso definitivo, na segunda profissão ou profissão solene, deu-se três anos depois, na mesma data, 24 de Junho de 1926, pelas mãos do Prior Pio Jougla, conforme consta no Livro de Registro de Profissões da Província de Tolouse. De 1922 a 1928, empenhou-se no aprimoramento da sua formação religiosa, missionária e intelectual. Tinha grande preferência para estudos altamente especulativos da Filosofia e Teologia, mas distinguia-se também, como ótimo aluno, em todas as demais disciplinas e os superiores, percebendo-lhe o talento, aconselharam-no a defender uma tese de Leitorado, o que fez com brilhantismo. Com seis anos de formação, estava preparado, religiosa e intelectualmente, para receber o Presbiterado, uma de suas metas. Aos 28 anos e 9 meses, comprometeu-se para sempre com o serviço de Deus.
De sua história pessoal, pode-se dizer que, depois de fazer seus estudos teológicos na França, onde se formou em 04 de agosto de 1928, e com apenas 7 anos de sacerdócio, em 21 de março de 1936, Sua Santidade o papa Venerável Pio XII, o nomeou bispo de Porto Nacional. Foi sagrado bispo em 01 de maio de 1936 por D. Benedetto Aloisi Masella, núncio apostólico no Brasil, D. Emanuel Gomes de Oliveira, SDB, então arcebispo de Goiânia – GO e por Dom Frei Antônio Luís Maria de Sant’Ana, Couturato, O.F.M.Cap, bispo de Uberaba.
Dom Alano é considero o Apóstolo do Tocantins. Quando ainda a Diocese de Porto Nacional compreendia toda a região que hoje forma o Estado do Tocantins, haviam poucas paróquias, uma multiplicidade de etnias indígenas e originárias, comunidades ribeirinhas, quilombolas e outras comunidades tradicionais, desde as Serras Gerais ao Alto Tocantins, da encharcada Ilha do Bananal às areias quentes dos desertos do
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Jalapão, o bispo dominicano percorreu em desobrigas feitas no lombo de animais, embarcações, e, mais recentemente, de avião e automóvel uma grande parte – se não toda – a comunidade católica dessa imensidão.
De suas ações religiosas, encontram-se entre outras, os desmembramentos de sua Diocese na prelazia de Tocantinópolis (20/12/54), de Cristalândia (26/03/65) e de Miracema do Norte. (28-10-66). Dos títulos recebidos pode-se citar a condecoração de grande oficial da ordem do mérito da Aeronáutica (23-10-65).
Criou um clero autóctone, sendo grande promotor vocacional. Deste clero, alguns ainda vivem em nossa diocese: Mons. Juraci Cavalcante, Mons. Joatan Bispo de Macedo, entre outros. Outros, de honrosa memória, já fizeram sua páscoa, como o Mons. Jacinto Sardinha, que a mando de D. Alano, governou por 40 anos a reitoria do Seminário S. José de Porto Nacional.
Influenciou a educação e a sociedade, principalmente no que tange a criação do Estado do Tocantins, no final dos anos 80.
Após se tornar bispo emérito em 1978 (2 anos após a idade limite), foi auxiliar a Diocese de Porto Nacional como pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Campos Belos, em Goiás.
Em 1984 retorna a Porto Nacional, já bem cansado e doente, ando seus últimos dias, sempre acompanhado do Frei Domingos Maia Leite, falecendo em 15 de setembro de 1985.
Foi grande a repercussão da morte de Dom Alano, desde Porto Nacional, onde se encontravam milhares de pessoas vindas de todos os lados para lhe prestarem as últimas homenagens. O prefeito local decretou feriado municipal o dia do enterro e luto oficial por 8 dias, através do Decreto N.º 65/85, de 14 de Dezembro de 1985, considerando que o Bispo Dom Alano Maria Du Noday exerceu por quarenta anos o bispado da Diocese de Porto Nacional, com amor, dedicação e heroísmo, sendo em vida, figura exponencial de caridade e fé cristã, dedicando toda a sua existência e obra, a semear o Evangelho. Em toda a diocese, nas cidades, nas pequenas comunidades e no grande sertão, onde Dom Alano era muito conhecido e querido, o abalo foi geral. Inúmeras foram as manifestações vindas também de fora, da parte da Embaixada sa, de cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, membros do Governo, brigadeiros, etc. Os meios de comunicação, imprensa, rádio e televisão divulgaram o acontecimento.
Texto: Pe. Rafael Ferreira.
Fotos e fonte: http://acidadeemfoco.comunidades.net/dom-alano. ado em 19/01/23.